terça-feira, 10 de abril de 2012

Assimetrias entre ricos e pobres

Os fatores assimétricos entre ricos e pobres são, apenas, os euros. Uns poucos têm muitíssimos; os outros, os maioritários, tem pouquíssimos. Uns arrotam após as refeições, tomam digestivos, chupam pastilhas Reni; os outros, comem em quantidades enormes batatas com batatas; arroz com arroz; vinho e mais vinho, para satisfazerem o organismo. Uns, os filhos frequentam o Oporto Britsh Scool; a École Française, o Colégio Luso-Francês; os filhos dos outros, frequentam a Escola Augusto Gomes e quejandas.
Os filhos de uns frequentam a Universidade Católica, com entrada quase certa; os filhos dos outros, se tiverem capacidade e se acabarem o 12º.ano, ainda que com uma média de 17 valores, entrarão ou não na Universidade; uns deslocam-se em carros topo de gama; os outros deslocam-se em carros utilitários; transportes públicos (e ainda bem) e têm que cumprir horários.
Uns fogem com milhões para os Paraísos fiscais e ficam garantidos; os outros – a  maioria – recebem uma centena mensal – mas que seja garantida.  Outros estão desempregados e sem qualquer fonte de remuneração: desesperando, intranquilos, já sofrendo psiquicamente. Um senhor todo bem vestido, usando gravata, conselheiro que foi de Estado, assinava tudo de “cruz”; nada sabia do que se passava e, agora vive num resort em Cabo Verde com os milhões com que se “abotoara”. Estes quanto a impostos, pouco pagam porque a eles fogem; os outros – a maioria – porque  pagam sagradamente – trabalham por conta de outrem. Uns porque o aparelho foi montado para acolher familiares, amantes, amigalhaços e quejandos. Os outros que se lixem.
Como se vê as assimetrias são poucas.
É evidente que a tarefa é do Governo. Porém é preciso que as leis deem a possibilidade para enfrentar as situações. O parlamento (letra minúscula) – o legislador – legisla em função dos interesses dos nossos “lídimos” representantes. São leis que apelido de feitas por “medida”.
Como resolver esta questão? O Povo menos atento – salvo raras exceções – batem palmas quando qualquer desses trampolineiros os visitam. Recebe-los com bosta e fueiros é que deveria ser. Mas o povo está castrado e não vejo modo como resolver a situação em que esses títeres nos meteram com as suas megalomanias, faroónicas e napoleónicas. 
A pobreza erradica-se com uma justa distribuição dos impostos que os ricos deviam pagar e não pagam. São os pobres que trabalhando e gastando propiciam os ricos ganhar, ganhar e mais ganhar.
P.S.- Estou sempre a criticar e sei que sou cáustico. Porém as verdades devem ser ditas e as críticas não devem ser poupadas. Correndo o risco de me apelidarem de contestatário, a verdade é que o sou. Não pactuo com situações de injustiça. Venha ela de cima para baixo; de baixo para cima, da esquerda para a direita, da direita para a esquerda, da esquerda para o centro, do centro para a esquerda ou a direita.
(até parece que andamos todos a marchar).

quinta-feira, 5 de janeiro de 2012

BOM ANO 2012 PARA TODOS

Ao iniciar este ano, que vai ser muito dificil para todos os Portugueses, quero ter uma palavra de esperança. Vamos sofrer com toda a situação social,  por erros não praticados pelo comum dos Portugueses.  Porém, e como é vulgar dizer-se, a esperança é a última a morrer. Ora, não vamos denegar aquele aforismo. Esperança, fé e solidariedade é do que precisamos e  por isso não vamos cruzar os braços. Somos um povo capaz, temos braços para trabalhar e capacidade para entender. Então, vamos ser exigentes, logo precisamos de trabalho; os nossos braços estão disponíveis e  as mãos são capazes; quanto a entendimentos os demais povos europeus, asiáticos ou americanos não  são melhores nem piores: iguais é que somos. Ficaria muito aborrecido se qualquer um dos meus concidadãos se minimizasse. Para a frente é que temos de seguir. Portanto reitero a fé e a esperança. 

sexta-feira, 25 de novembro de 2011

"saberes da vida"

 Como devo iniciar este escrito, eis a questão. Chamo-lhe "saberes da vida"   porque decidi, após a minha reforma e com 58 de trabalho bem amargo, continuar os meus estudos secundários. Tenho, portanto,  boas razões para, assim, denominar o meu trabalho.  Gabo-me  e disso dou testemunho, que  neste momento sou o aluno mais velho da Escola Secundária Augusto Gomes, do concelho de Matosinhos. Actualmente tenho 78 anos, mas já cá ando há dois anos. Iniciei-me no mundo do trabalho em 1945, com 12 anos, para exercer as funções de "paquete" (moço de recados) num escritório de advocacia.  Fui progredindo na carreira tendo chegado a ser o mais directo colaborardor daquele  profissional do foro judicial. Aí me mantive até aos 30 anos. Durante todo o tempo  que fui paquete, era  tratado, não como pessoa, mas sim como qualquer coisa. Fui crescendo e arrebitando as orelhas. O profissional, sendo um bom jurista e muito culto esqueceu-se de algo muito simples: esqueceu-se de que o "puto" estava a crescer. Assim é que, aí por volta dos 16 anos, me vi envolvido numa acesa discussão em que me impus e, finalmente, o homem acordou para a realidade. O rapaz apesar de muito novo já era homem fisicamente, claro. Isto após, passei a ser tratado de modo diferente, pese embora, à época ele ser o Sr. Doutor e eu o empregado.  (obs. este texto vai ter continuação, logo que possivel)