sexta-feira, 25 de novembro de 2011

"saberes da vida"

 Como devo iniciar este escrito, eis a questão. Chamo-lhe "saberes da vida"   porque decidi, após a minha reforma e com 58 de trabalho bem amargo, continuar os meus estudos secundários. Tenho, portanto,  boas razões para, assim, denominar o meu trabalho.  Gabo-me  e disso dou testemunho, que  neste momento sou o aluno mais velho da Escola Secundária Augusto Gomes, do concelho de Matosinhos. Actualmente tenho 78 anos, mas já cá ando há dois anos. Iniciei-me no mundo do trabalho em 1945, com 12 anos, para exercer as funções de "paquete" (moço de recados) num escritório de advocacia.  Fui progredindo na carreira tendo chegado a ser o mais directo colaborardor daquele  profissional do foro judicial. Aí me mantive até aos 30 anos. Durante todo o tempo  que fui paquete, era  tratado, não como pessoa, mas sim como qualquer coisa. Fui crescendo e arrebitando as orelhas. O profissional, sendo um bom jurista e muito culto esqueceu-se de algo muito simples: esqueceu-se de que o "puto" estava a crescer. Assim é que, aí por volta dos 16 anos, me vi envolvido numa acesa discussão em que me impus e, finalmente, o homem acordou para a realidade. O rapaz apesar de muito novo já era homem fisicamente, claro. Isto após, passei a ser tratado de modo diferente, pese embora, à época ele ser o Sr. Doutor e eu o empregado.  (obs. este texto vai ter continuação, logo que possivel)

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